A radioterapia é uma das abordagens mais usadas no tratamento do câncer de mama, principalmente para evitar a recidiva local após cirurgia conservadora ou em casos onde há risco de propagação do tumor. Esse tratamento utiliza radiações ionizantes para destruir as células cancerígenas ou impedir que continuem a se multiplicar. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a radioterapia, combinada com cirurgia ou quimioterapia, aumenta as chances de controle do câncer e reduz as taxas de recorrência, desempenhando um papel vital na terapia complementar do câncer de mama.
Como Funciona a Radioterapia para Câncer de Mama
Métodos e Técnicas Utilizadas
Existem diferentes técnicas de radioterapia para câncer de mama, que são escolhidas conforme o tipo e o estágio da doença, além das características individuais da paciente:
- Radioterapia Externa (Teleterapia): É a forma mais comum de radioterapia para câncer de mama. Um feixe de radiação é direcionado à região afetada, geralmente administrado em sessões diárias ao longo de várias semanas. Essa técnica permite que a radiação seja focada diretamente na área afetada, minimizando o impacto sobre tecidos saudáveis próximos.
- Radioterapia Intraoperatória (IORT): Essa técnica administra uma dose concentrada de radiação durante a cirurgia, diretamente na área onde o tumor foi removido. A radioterapia intraoperatória reduz o número de sessões pós-operatórias e tem se mostrado eficaz na prevenção da recidiva.
- Braquiterapia: Também chamada de radioterapia interna, a braquiterapia envolve a colocação de uma fonte radioativa próxima ou dentro do tecido alvo, permitindo que a radiação atue localmente. É geralmente indicada para pacientes selecionadas e pode reduzir o tempo total de tratamento (Oncoguia; INCA).
Indicações e Benefícios da Radioterapia no Câncer de Mama
Indicações
A radioterapia é recomendada principalmente para:
- Pacientes que passaram por cirurgia conservadora (lumpectomia): O tratamento ajuda a destruir possíveis células cancerígenas remanescentes e é essencial para reduzir o risco de recidiva.
- Casos de câncer de mama com linfonodos comprometidos: Quando o câncer se espalha para os linfonodos axilares, a radioterapia é usada para tratar as regiões afetadas e prevenir a propagação para outras áreas.
- Pacientes que fizeram mastectomia: A radioterapia pode ser aplicada na parede torácica e nas áreas próximas para garantir que possíveis células remanescentes sejam eliminadas, especialmente em casos de tumores maiores ou com metástase linfonodal.
Benefícios da Radioterapia
Além de aumentar as taxas de controle local, a radioterapia pode diminuir o risco de propagação do câncer. Pacientes que recebem radioterapia após a cirurgia conservadora apresentam menores taxas de recidiva e melhores resultados a longo prazo. Além disso, o uso de técnicas avançadas de radioterapia permite um direcionamento mais preciso, o que minimiza danos a tecidos saudáveis e reduz os efeitos colaterais (Silvio Bromberg; Tua Saúde).
Efeitos Colaterais da Radioterapia
Efeitos Imediatos e de Curto Prazo
Os efeitos colaterais da radioterapia variam conforme a técnica utilizada e a resposta do organismo de cada paciente. Os mais comuns incluem:
- Irritação e vermelhidão na pele: Semelhante a uma queimadura solar leve, podendo evoluir para coceira e descamação. Recomenda-se o uso de produtos de cuidado para a pele, como Aloe vera, e evitar exposição solar durante o tratamento.
- Fadiga: Uma sensação de cansaço extremo que pode afetar as atividades diárias, sendo um dos efeitos colaterais mais relatados por pacientes em radioterapia.
- Inchaço e dor na mama: A área irradiada pode ficar sensível e levemente inchada, um efeito que geralmente melhora ao final do tratamento (Oncoguia; Tua Saúde).
Efeitos Colaterais a Longo Prazo
Alguns efeitos colaterais podem surgir meses ou até anos após o término da radioterapia:
- Fibrose e redução do volume mamário: A radioterapia pode deixar a mama irradiada mais firme e ligeiramente menor.
- Linfedema: Quando a radiação é aplicada na região dos linfonodos axilares, pode ocorrer acúmulo de líquido linfático, provocando inchaço no braço.
- Plexopatia Braquial: Em casos raros, a radiação pode causar danos aos nervos do ombro e braço, resultando em dor e fraqueza muscular.
- Danos ao coração e pulmão: O avanço na tecnologia de radioterapia reduziu significativamente esse risco, mas pacientes que recebem radiação próxima ao tórax ainda devem ser monitoradas regularmente (INCA; Tua Saúde).
Cuidados Durante a Radioterapia
Durante o tratamento, algumas práticas podem aliviar os sintomas e melhorar o conforto:
- Cuidado com a Pele: Lave a área irradiada com água morna e sabão neutro, evite esfregar e use roupas de algodão soltas para minimizar a irritação.
- Hidratação: Beba água suficiente para manter o corpo hidratado, o que ajuda a combater a fadiga.
- Evitar Exposição ao Sol: Use protetor solar e evite exposição solar direta, pois a pele irradiada fica mais sensível.
- Rotina de Descanso: Descanse regularmente, mas mantenha alguma atividade leve, como caminhadas curtas, para melhorar a circulação e reduzir o cansaço excessivo (Tua Saúde; Silvio Bromberg).
A Importância da Radioterapia no Tratamento do Câncer de Mama
A radioterapia é uma terapia essencial no tratamento de muitas pacientes com câncer de mama, ajudando a controlar e prevenir a progressão da doença. Com técnicas avançadas, é possível direcionar a radiação de forma precisa, minimizando os efeitos colaterais e maximizando os benefícios terapêuticos. Embora o tratamento possa apresentar desafios, os cuidados diários e o apoio médico ajudam a paciente a enfrentar a jornada de forma mais tranquila e com segurança.
Este artigo baseou-se em fontes confiáveis, incluindo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), Oncoguia e Tua Saúde, para oferecer uma visão completa sobre a radioterapia no câncer de mama, abordando seus principais benefícios, indicações e efeitos esperados.